Paulo Coelho

Stories & Reflections

Edií§í£o nº 138: Segundo pecado capital – Avareza

Author: Paulo Coelho

Definií§í£o do dicionário: do latim Avaritia substantivo feminino.Apego excessivo ao dinheiro; mesquinhez; sovinice.

Definií§í£o da Igreja Católica: vai contra o Nono e o Décimo Mandamento (Ní£o desejarás a mulher do próximo; Ní£o cobií§aras coisas alheias). Inclinaí§í£o ou desejo desordenado de prazeres ou posses.

Para o filósofo Seneca: os pobres querem sempre alguma coisa, os ricos querem muito, e os avarentos querem tudo.

Uma história dos Padres do deserto: “Santo homem” – disse um novií§o para o abade Pastor – tenho o coraí§í£o cheio de amor pelo mundo, e a alma limpa das tentaí§íµes do demí´nio. Qual o meu próximo passo?

O abade pediu que o discí­pulo o acompanhasse na visita a um doente que precisava de extrema-uní§í£o. Depois de confortarem a famí­lia, o abade reparou que, num dos cantos da casa, havia um baú.

“O que tem ali dentro?”, perguntou.

“As roupas que meu tio nunca usou”, disse o sobrinho do doente. ” Comprava tudo, sempre pensou que ia surgir a ocasií£o certa para vesti-las, mas elas terminaram apodrecendo ali dentro”.

“Ní£o esqueí§a aquele baú”, disse o abade Pastor para seu discí­pulo, quando saí­ram. “Se vocíª tem tesouros espirituais no seu coraí§í£o, coloque-os em prática agora. Ou eles apodrecerí£o.”

Texto comentando a crise econí´mica asiática de 1997: os corretores compravam e vendiam, convencidos de que o mundo ní£o mudaria, e que tudo que precisavam fazer era aplicar mais e mais, e ver suas fortunas crescendo. Ní£o se importavam com os danos que estavam provocando na moeda (da Malásia).De repente, 500 bilhíµes de dólares desapareceram de circulaí§í£o. E na hora de explicar a todos aqueles que tinham perdido suas economias acumuladas ao longo dos anos e com muito sacrifí­cio, respondiam: “é culpa do mercado.” Ora, eles eram o mercado.

A morte e a avareza: A morte e a avareza olhavam os homens trabalhando febrilmente para encontrar diamantes em um rio. “Vim aqui levar algumas almas,” disse a morte. “Entregue-me um terí§o destas pessoas, e irei embora.”

“Eles me pertencem, sí£o meus escravos”, respondeu a avareza. “Ní£o tenho nada para lhe entregar.”

A morte entí£o tocou a água com seu bastí£o mágico, e a envenenou. Pouco a pouco, todos os que estavam ali foram morrendo.

“Por que vocíª roubou todos os meus escravos?” gritou a Avareza, irritadí­ssima.

“Porque vocíª ní£o quis me dar nenhum” foi a resposta.

Em um discurso: por causa da sua incapacidade de produzir, o povo judeu é parasita, e seu objetivo é escravizar outros povos. Usam a avareza para manipular a estupidez da classe media ( Adolf Hitler, preparando terreno para o Holocausto, que custou a vida de seis milhíµes de judeus).

Muitos séculos antes, dizia o rabino Moshe ben Maimon: O Senhor enviou ao homem seus mensageiros, chamados doení§as. A Providíªncia Eterna me encarregou de cuidar de sua saúde. Que o amor pelo que faí§o me guie a cada momento. Que jamais a avareza, ou a sede de poder, ou o desejo de reconhecimento, me ceguem e me faí§am esquecer que o objetivo de um homem é dar o que tem de melhor a outro homem.

O conselho do Tao Te King: As cinco cores cegam os olhos humanos. As cinco notas ensurdecem os ouvidos. Os cinco gostos injuriam o paladar. As corridas e as caí§adas desencadeiam no coraí§í£o paixíµes furiosas e selvagens.

Os bens de difí­cil obtení§í£o causam ferimentos diante de perigosos obstáculos. Por esse motivo(…) o sábio rejeita o superficial e prefere mergulhar no profundo.

(a seguir: A Luxúria)

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