Stories & Reflections
Como já devem ter notado, faz tempo que ní£o dou entrevistas quando publico um novo livro. E isso ní£o se deve, de maneira nenhuma, a uma atitude de arrogancia ou desrespeito com jornalistas. Junto com os livreiros e os leitores, eles colaboraram muito para o meu sucesso.
Entí£o por que decidi parar com entrevistas – exceto para alguns amigos, com quem tenho laços de gratidão. Em “A Espiã”, resolvi substituir a entrevista pelo video cast (Facebook Mentions e Periscope )
Existem várias razoes para isso.
1] as comunidades sociais hoje me permitem chegar diretamente ao leitor, e dizer: “aqui está meu novo título, leiam e recomendem se gostarem”. Portanto, a idéia de promover um livro através da mídia termina sendo redundante.
2] sempre precisei lutar com a idéia de explicar o que escrevi. Penso que o texto deve ser claro o suficiente.
3] os cadernos de cultura, que floresciam na minha época, terminaram acabando. A mais recente perda foi a Ilustríssima, da Folha de São Paulo.
4] em virtude disso, surgem perguntas que ní£o tenho a menor paciência para responder, tais como “Explique o seu sucesso” ou “o que faz com seu dinheiro”. Nada que seja relacionado ao processo criativo em si.
Isso ní£o quer de maneira nenhuma dizer que NUNCA dou entrevistas.
Quando vejo um assunto que julgo importante opinar – como, por exemplo, defender o conteúdo livre na internet (Pirateiem tudo que escrevi) – eu estou sempre acessivel.
O mesmo ocorre quando se trata de promover autores que julgo relevantes – como por exemplo Khalil Gibran ou Malba Tahan, que iluminaram minha juventude. Jamais me furto de fazer com que minha palavra seja ouvida quando vejo alguma barbaridade no terreno político ou cultural.
Só para vocíªs terem uma idéia, meio bilhí£o de pessoas em todo o planeta leram meu texto contra a guerra no Iraque, Obrigado Presidente Bush.
Outro exemplo: quando Tony Blair foi convidado para ser “consultor” das Olimpíadas do Rio, eu imediatamente me manifestei, e consegui impedir sua presení§a. ((leia aqui)
Esperam que me entendam. Ní£o vou ficar quieto quando precisar falar em alto e bom tom. Quanto ao mais, o que preciso dizer hoje em dia está nos livros ou nas comunidades sociais, que administro pessoalmente.
Paulo